sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A F1 NÃO PARA DE MUDAR

Pode parecer meio perdido o título da matéria e até mesmo uma prepotência da minha parte falar sobre um esporte o qual tantos especialistas falam a muitos anos com muita propriedade. Não sou um centro estatístico de todos os esportes, como o Cristian Costa tampouco dono de uma mente privilegiada como o Pedrinho Hallal, mas como todo fã de uma prática esportiva tem direito a opinião...

Sai ano e entra ano, e a F1 sempre traz novidades. A FIA afirma que o intuito sempre é deixar a categoria mais emocionante, com mais ultrapassagens: vamos combinar que eles não vem obtendo muito resultado. Já se proibiu o reabastecimento, já se proibiu o KERS (Sistema de Recuperação da Energia Cinética), já se obrigou a utilização do mesmo KERS, já se limitou o número de motores a serem utilizado, o número de pneus a serem utilizados, o número de caixas de câmbio a serem utilizados e agora limitarão até os  recursos aerodinâmicos a serem utilizados. Qualquer dia voltarão a correr com carrinhos de lomba!



Todos sabem que a F1 é a categoria com mais recursos tecnológicos da história. Entendo que queiram ver o melhor piloto vencer, isso de fato é o mais justo. Mas os recursos tecnológicos estão aí para todos, pelos menos para equipes com maior poder de investimento. Não adianta nada a cada surgimento de um novo recurso tecnológico ou uma invenção aerodinâmica avaliar se podem ser utilizado ou não. Desde de que não haja nada oculto e tudo seja feito as claras, que se utilize. E se virar uma corrida de carrinhos de controle remoto, que seja! Espero que vença quem souber ser o melhor com o controle.

O que não pode, e não deve é tornar a F1 algo sem interesse e sem entendimento. Cada mudança de regra deve ser avaliada com cuidado e zelo ao público. As regras não param de mudar e a emoção não vem nunca. Sempre tem uma equipe que se adapta mais rapidamente que as outras e vence. Quem não se adapta é o público, que a cada nova temporada vê as 78 páginas de regra da fórmula 1 mudarem completamente e não vê as tão esperadas ultrapassagens.



André Rubin proferiu a famosa frase: Inteligente é aquele que aprende com os erros que cometeu, mais inteligente, ainda, é aquele que aprende com os erros dos outros. Já estou perdendo as esperanças com relação a F1, mas não quero ver o nosso Futebol de Mesa tomar o mesmo fim. Que preço pagaríamos em termos regras diferentes para Liso e para Cavado? Será que realmente a mudança nas regras traria a "emoção a mais" que se busca?

Anos atras se proibiu a arrumação dos botões, hoje, com a volta da arrumação, se percebe que para quem quer buscar o gol é melhor atacar organizado do que desorganizado. Alguém analisou  e comparou a média de gols dos campeonatos estaduais de hoje aos de quando a arrumação dos botões foi proibida? Quem o fizer vai se espantar!

Qualquer mudança que seja feita deve ser muito bem elaborada, deve trazer junto consigo os resultados esperados, caso contrário sempre virá acompanhada de um bom preço a ser pago. A FIA paga o seu todos os anos em centenas de milhões de Euros. Como pagaremos o nosso?

4 comentários:

Caco disse...

Parabéns Rodrigo, a regra é brasileira e como tal é nosso dever preserva-la igual seja quais forem os botões. Quanto ao preço a ser pago, poderemos voltar ao tempo em que havia uma regra dos gaúchos e outra dos baianos, ou seja, vamos retroceder 40 anos na história do FM.
Na verdade as coisas são bastante mais simples, cada um joga o que acha melhor e ponto, é como futebol no campo ou futsal a semelhança entre eles é a bola ser redonda.
Ou alguém imagina caso o cavado mude hoje, aumente o número de gols marcados e terminem as retrancas teremos o retorno daqueles que agora estão na modalidade liso.

Pedro C Hallal disse...

Excepcional o texto. Parabéns a assino embaixo.

Rodrigo Bernardes disse...

Caco, acho que as consequências serão bem essas citadas por ti. Só não posso afirmá-las, pois esse é um blog do Circulo Militar e não um espaço pessoal. Mas particularmente concordo integralmente contigo.

Grande Abraço.

Rodrigo Bernardes disse...

Grande Pedrinho,

muito obrigado pela reverência.

Abração!!