A associação HPC Santa Vitória foi a grande campeã do Estadual de Equipes da modalidade de lisos neste final de semana em Caxias do Sul. A equipe formada por Robson, Umberto, Vinícius e Guido terminou a competição com 5 vitórias e apenas uma derrota, exatamente para os donos da casa, a AFM Caxias, que terminou na segunda colocação. A Academia foi a terceira e a Franzen completou a zona de premiação da competição.
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O Círculo Militar ficou apenas na 6ª colocação, muito abaixo das nossas espectativas. Tem dias que a coisa "não funciona" e este sábado infelizmente foi um destes dias. É uma pena, pois a equipe capitaneada por Douglas, e que tinha também Paulo, Azambuja, Rodrigo e Yago, é forte e não seria nenhuma surpresa se figurasse "nas fotos".
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Enfim, informados os resultados da competição, não podemos deixar de explicar o motivo do título desta matéria.
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Não existe equipe, por mais qualidade que tenha, que seja campeã sem uma ESTRELA. E quando falo em estrela não falo em CRAQUE, mas sim em PERSONALIDADE mesmo. Guido é A personalidade, Guido é esta estrela que me refiro.
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Vamos aos fatos: de quanto em quanto tempo Robson vai jogar em Caxias? Vinícius anda "focado" nos lisos? E o Umberto, joga quando e com quem? Aposto que o próprio Guido passa muito mais tempo fazendo caixinhas e comendo do que jogando botão. Duvido que alguém aposte comigo!
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Enfim, este Guido é bandeira do futebol de mesa do Estado e do Brasil, e também é QUADRO no departamento de futebol de mesa do Círculo Militar. Sim, o Círculo Militar também se sente um pouquinho campeão!
Em 2009 fizemos uma publicação logo após o título do Caco no Lagoão de São Lourenço do Sul. A conquista era do Caco e de todos nós, mas a matéria da época fazia muita referência ao Guido. Este final de semana vai entrar para a história do futebol de mesa. O Estadual de Equipes deste ano marcou o retorno do Guido, não as competições, mas AOS TÍTULOS.
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Sinceramente não acredito que o próprio Guido pudesse imaginar ainda conquistar um título de campeão estadual. E tenho a certeza que este título do Equipes é muito mais importante para ele do que qualquer outro título que ele tenha ganho.
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PARABÉNS GUIDO, PARABÉNS SANTA VITÓRIA DO PALMAR!
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Que nossa meia dúzia de web-leitores me perdõem, mas preciso encerrar esta matéria com um história que já foi contada em 2009, e neste final de semana ganhou uma releitura. Fiquem com "A ESTRELA DE UMA ESTRELA", que a partir do início da semana também estará disponível num link do blog.
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A ESTRELA DE UMA ESTRELA
Você acredita em milagre??
Pois bem, vamos provar que milagres existem sim e mais, que eles podem se repetir, acabando com a teoria que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Era uma vez um grupo de amigos que se encontravam duas vezes por semana para jogar futebol de mesa. Além das parcerias, da cervejada, da refrigerantada(?) e das boas risadas, também fazia parte deste convício a competitividade e, por conseqüência, um ou outro conflito, mas nada demais, tudo dentro de uma certa normalidade. Neste aspecto da competitividade destaca-se as competições externas, quando os adversários do dia a dia passam a ser nossos torcedores, e a gente vira torcedor deles. Entre as competições externas a que melhor reflete isso é o Estadual por Equipes. Se nas demais competições é cada um por si, no por Equipes é você pelos outros e os outros por você. Tem muita gente que sente mais prazer em defender o grupo no por Equipes do que disputar um Estadual Especial ou uma Taça RS. O redator é um exemplo disso.
Fato 1 – A Estrela
Bem, entra ano, sai ano e este grupo procurava chegar as finas de um Estadual por Equipes. Parecia uma maldição, na hora “h” faltava alguma coisa e estávamos eliminados de novo. Que coisa, que sina! Ano de 2004, desta vez não escaparia. A competição seria em Porto Alegre, no Grêmio para ser mais exato, e nossa equipe era fortíssima. Quando entramos devidamente uniformizados no Grêmio foi possível escutar os comentários de “olha lá, eles chegaram”. Exagero? Não, nenhum exagero, afinal Paulo, Nilmar, Gilvani e Mateus estavam jogando demais e realmente todos acreditavam que ali estava senão a campeão, pelo menos uma das finalistas.
Resultado: eliminados na primeira fase, DE NOVO. O que teria faltado? Um esperou pelo resultado do outro? O detalhe em um ou outro lance? Jamais saberemos.
No ano seguinte nosso grupo fundou a Franzen, hoje uma das melhores equipes do estado, mas naquela época éramos nós mesmos. Este mesmo grupo que tinha muita qualidade individual, mas não conseguia “chegar” num por Equipes. Não disputamos a competição em 2005, mas o 2006 chegou e lá estávamos, firmes, fortes, e novamente esperançosos. Tínhamos cinco técnicos para as quatro vagas na equipe. Na época Paulo é quem estava jogando mais, mas Nilmar, Guido, Thiago e Bruno também estavam muito bem. Equipe formada com Paulo, Nilmar, Thiago e Bruno. Muitos entendiam que Guido tinha que jogar. Não é necessário exaltar a qualidade de Guido, mas vamos combinar que Paulo, Nilmar, Thiago e Bruno também são excepcionais. O que realmente diferenciava Guido era, e ainda é, a sua estrela, a sua mania de ser um vencedor. Com Guido ausente, a equipe estava formada e o final de semana se aproximava.
BOMBA! Paulo não poderia jogar no sábado pela manhã, assim estava fora da competição. Jamais esquecerei...era uma quarta-feira quando Paulo me ligou.
De imediato liguei para o Guido. Ele foi pego se surpresa. Guido relutou muito em jogar, dizia não estar preparado. A história se desenrolou até a quinta-feira pela manhã. Disse a Guido que se ele não jogasse, eu jogaria. Pobre dos meus colegas da equipe, Guido deve ter pensado. Mesmo “sem estar preparado” Guido encarou o desafio. Na quinta-feira, véspera da competição, praticamente todo grupo se reuniu no departamento. Hora dos últimos detalhes no que se refere a organização em si. Carregar mesas, quem chegaria mais cedo, este tipo de coisa. Mesas transportadas, nosso departamento praticamente vazio, e de uma hora para outra surge algo que não havia sido programado por ninguém. Simplesmente nos demos as mãos e resolvemos “nos unir”. Sinceramente, jamais esquecerei aquele momento. Só quem estava presente conseguirá dimensionar aquele momento. Outro que jamais esquecerá é o Rodrigo Bernardes, mas esta é outra história!
Começou a competição. Gol pra cá, gol pra lá, e começamos mal, muito mal. No intervalo do meio-dia estávamos praticamente eliminados. Nem tinha muita conta a fazer, era ganhar os três confrontos da tarde e torcer por resultados paralelos. Guido estava fora de si, nem parecia o bom e velho (muito velho) Guido. Não conseguia jogar e, quando estava bem acabava tomando um gol “bruxo”, tipo o que tomou de Gothe no último lance, alguém lembra? O sol apareceu logo após o meio-dia (isso eu posso inventar, ninguém vai lembrar mesmo!), e com ele chegou Paulo. E com Paulo veio a gritaria. E com a gritaria vieram os gols de Thiago e Nilmar. Naquele época Bruno já era um baita retranqueiro e sua missão era empatar. Então estava combinado. Bruno empatava, Nilmar e Thiago venciam. Guido? Ele continuava se arrastando, mas mesmo assim a equipe foi indo, foi vencendo e foi chegando. Última rodada e decidíamos com Grêmio e Afumepa a vaga para as semifinais. Grêmio e Afumepa se enfrentariam e nós jogaríamos contra a Delei do Nero. Tínhamos que vencer e mais, se tivesse vencedor no confronto Grêmio x Afumepa teríamos que vencer um jogo a mais, para superar nossos adversários no saldo de gols (no futmesa saldo de jogos vencidos...). Thiago e Bruno estavam vencendo e Guido perdia para Nero. Como Grêmio e Afumepa empatavam, estávamos nos classificando. ÔPA! Grêmio passa a frente da Afumepa. Precisávamos de mais uma vitória. Como Guido já perdia por 2 x 0, a esperança era Nilmar, que enfrentava ao José, de grande defesa. No final do jogo Nilmar fez um gol antológico, daqueles que só os milagreiros fazem. Estávamos nas finais, finalmente estávamos nas finais. Depois fomos eliminados na semifinal pela Riograndina que seria a equipe campeão, mas chegamos lá. Finalmente conseguimos chegar até as semifinais. É pouco? Quem acha que este feito é pouco é porque não conhece a qualidade das demais equipes do Estado, e também porque não conhece as nossas dificuldades de, até aquele momento, nunca ter conseguido chegar até as semifinais.
Fato 2 – O Amor é Lindo!
Era uma vez um gordinho muito simpático e muito bem casado, com uma mulher, vale dizer. ATENÇÃO: antes que continuem, qualquer semelhança é mera coincidência, NÃO SOU EU!. Este camarada jogava a regras gaúcha no Internacional e ainda dava suas reguadas na regra brasileira. Luis Carlos entrou no nosso grupo junto com seu “filho” Everson e logo que conheceu ao Guido, fez uma bela e colorida amizade com ele. Luis Carlos jogava com uma Seleção Brasileira, o que lhe rendeu o apelido de Parreira, técnico da seleção da época. Parreira não era dos mais técnicos, e apesar de já ter uma ótima mão, também não era dos mais competitivos (opinião do redator). Isso até começar seu relacionamento (?) com Guido. Dá para dizer que Guido adotou Parreira. Toda terça-feira tinha que passar na casa de Parreira pra pegar o gordinho. Só o gordinho andava no banco da frente do escort azul calcinha de Guido, ao lado do motorista. Alguns diziam que davam as mãos nas sinaleiras, mas isso nunca foi provado. Pura maldade. Quando um não poderia comparecer, o outro não aparecia. Pura coincidência. Com o tempo Parreira se tornou muito competitivo, sempre sendo candidato a chegar as finais das nossas competições. Parreira chegou a ganhar um time de presente de Guido, o que apenas aumentaram as suspeitas em relação a amizade deles. Pura inveja. Pena que não pode se dedicar como deveria. Sua Banda exige tempo e dedicação, mas mesmo assim Parreira continua sendo muito competitivo.
Fato 3 – O Milagre
Era uma vez um outro gordinho, bem menos gordinho que este anterior, mas também um pouco gordinho. Também muito bem casado e pai de 4 filhos, sendo dois deste último casamento. Falo do meu “irmão pequeno” Caco. Grande figura humana, grande marido, grande pai, grande dentista, grande professor, grande caráter, mas péssimo botonista. Caco é daqueles botonistas que devemos enfrentar quando passamos por um período de crise. Neste momento uma vitória geralmente nos reconduz ao rumo, nos dá uma nova motivação e nos prova que sempre existe alguém pior que a gente! Pois bem, chega de falar do Caco, ele é apenas parte da história, não é o protagonista dela. Voltamos ao Guido. Ninguém sabe ao certo o porque, mas é fato que Guido após anunciar sua aposentadoria, talvez por limite de idade, resolveu virar um torcedor especial de Caco, e um fã do Pimentel o camisa de 10 dos times de Caco. Guido sempre foi muito amigo de Paulo, sempre admirou a Nilmar, sempre disse que Everson teria um enorme futuro, sempre foi um protetor dos meninos, em especial de Mateusinho, sempre deu muita força para Fof, Maumau, Douglas, João e outros. Mas porque Guido escolheria torcer por Caco? Caco foi o escolhido de Guido. E não é que aquele péssimo botonista começou a crescer, a incomodar os mais fortes, começou a deixar de ser goleado e até começou a arrancar alguns empates. O tempo foi passando e, quanto mais crescia a torcida de Guido, mais Caco conseguia bons resultados. Seu carrasco das mesas passou a ser seu arqui-rival, já em igualdade de condições. E as vésperas de mais um clássico lá estava Guido dando apoio a Caco e tentando de todas as formas abalar emocionalmente seu adversário. Algumas vezes deram certo, outras não, afinal cada clássico tem a sua própria história. Aos poucos Caco foi chegando, de um 7º lugar pulou para um 5º, para logo depois conseguir entrar na zona de premiação. E por ali ele figurava. Ora 3º, ora 5º, para finalmente em janeiro deste ano chegar a seu primeiro título. A competição não valia absolutamente nada (é assim que fazemos para desvalorizar um título do principal adversário), mas isso pouco importa para Caco e sua torcida. Segundo Caco, será inesquecível, segundo sua torcida, foi apenas o primeiro de muitos que virão.
Fato 4 – Mais Uma Proeza
Este aconteceu nos dias 11 e 12 de março desde ano. Era uma vez uma equipe de muito distate. A distância que me refiro nem é do local da competição, me refiro da distância entre seus próprios técnicos mesmo. Um permanece fiel a sua Santa Vitória do Palmar, dividindo seu tempo entre a atividade profissional e sua família. Este vive o futebol de mesa só pela internet já que falta parceria para seus treinamentos. Outro vive mais em Pelotas e até joga com certa regularidade, e muito bem por sinal. O terceiro seria o Dartanha da turma, o cara que puxa a fila, joga muito acima da média e de vez em quando aparece em Caxias para bater uma bola. O quarto camarada, um senhor por sinal, nem no estado vive mais. Passa seus dias no “Brejal” em volto com sua amada Santinha, dividindo seu tempo com caixinhas de botões e lanchando. Dizem que apenas 15% do tempo se dedica as caixinhas. Os outros 85% são dedicados aos lanchinhos mesmo. Enfim, esta é a equipe que sagrou-se campeã estadual em 2011. Por mais que todos joguem, como poderiam conquistar tal feito?
Conclusão
Quem é o protagonista da história? Quem é o verdadeiro milagreiro? Nilmar que fez aquele gol antológico? Seria Parreira que conseguiu arrancar o melhor do Guido, inclusive um time? Ou seria Caco, o grande campeão do Torneio de Verão? O verdadeiro milagreiro é o Guido! Ele sim consegue coisas fantásticas, verdadeiramente impossíveis para os demais. Se alguém acha que chegamos as semifinais daquele estadual pelos gols do Nilmar, do Thiago ou do Bruno está enganado. Chegamos porque Guido estava na equipe. E só por isso. Ninguém jamais vai conseguir me convencer do contrário. Por que Luis Carlos “Parreira” cresceu tanto e hoje tem até o seu próprio carro? Porque andava pra cima e pra baixo no carro do Guido, e sempre sentado ao lado do motorista. Simples assim. Por que Caco chegou ao seu sonhado título? Porque Guido “o escolheu”, simples assim. Como poderia a equipe de Santa Vitória conquistar o título do estadual deste ano? Só tenho uma explicação, a presença DELE na equipe.
Guido fez história no futebol de mesa como botonista e hoje continua fazendo história, mas como milagreiro.
Considerações Finais
Poderia continuar a falar do Guido por muito e muito tempo. Dos inúmeros exemplos que nos deu de caráter, de conduta e de desportista na mesa. Guido sabe perder como poucos, mas Guido também sabe ganhar como ninguém. Poderia aqui contar a história do Guido na casa do Everson, tendo uma conversa com a mãe do então menino. Poderia aqui falar das inúmeros dicas que Guido deu ao Fof, ao Maumau e a tantos outros que começavam a jogar. Poderia aqui falar dos momentos em que Guido esteve rodeado por crianças (em especial o Lucas, meu filho), quando ele passava a ser uma delas. Poderia dar aqui um depoimento do que tive a oportunidade de constatar numa ida a Bagé para jogar um Estadual Especial. Do respeito, da admiração e até idolatria que alguns técnicos do estado têm por Guido. Confesso que por mais que eu já o admirasse, fiquei espantado ao ver as rodinhas que se formavam em torno dele. A cada refeição o pessoal queria sentar ao lado dele e ele, sempre preocupado em sentar ao nosso lado. Este é Guido, uma lenda viva do futebol de mesa, uma lenda viva de ser humano.
Guido, meu respeito e minha admiração pela pessoa que és. Não és perfeito, afinal és gremista e torcedor do Caco, mas é um exemplo de ser humano.
Guido, termino deixando o meu lado egoísta falar mais alto. Guido, por favor, torce por mim, esta é a única chance de eu ganhar alguma coisa!
Você acredita em milagre??
Pois bem, vamos provar que milagres existem sim e mais, que eles podem se repetir, acabando com a teoria que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
Era uma vez um grupo de amigos que se encontravam duas vezes por semana para jogar futebol de mesa. Além das parcerias, da cervejada, da refrigerantada(?) e das boas risadas, também fazia parte deste convício a competitividade e, por conseqüência, um ou outro conflito, mas nada demais, tudo dentro de uma certa normalidade. Neste aspecto da competitividade destaca-se as competições externas, quando os adversários do dia a dia passam a ser nossos torcedores, e a gente vira torcedor deles. Entre as competições externas a que melhor reflete isso é o Estadual por Equipes. Se nas demais competições é cada um por si, no por Equipes é você pelos outros e os outros por você. Tem muita gente que sente mais prazer em defender o grupo no por Equipes do que disputar um Estadual Especial ou uma Taça RS. O redator é um exemplo disso.
Fato 1 – A Estrela
Bem, entra ano, sai ano e este grupo procurava chegar as finas de um Estadual por Equipes. Parecia uma maldição, na hora “h” faltava alguma coisa e estávamos eliminados de novo. Que coisa, que sina! Ano de 2004, desta vez não escaparia. A competição seria em Porto Alegre, no Grêmio para ser mais exato, e nossa equipe era fortíssima. Quando entramos devidamente uniformizados no Grêmio foi possível escutar os comentários de “olha lá, eles chegaram”. Exagero? Não, nenhum exagero, afinal Paulo, Nilmar, Gilvani e Mateus estavam jogando demais e realmente todos acreditavam que ali estava senão a campeão, pelo menos uma das finalistas.
Resultado: eliminados na primeira fase, DE NOVO. O que teria faltado? Um esperou pelo resultado do outro? O detalhe em um ou outro lance? Jamais saberemos.
No ano seguinte nosso grupo fundou a Franzen, hoje uma das melhores equipes do estado, mas naquela época éramos nós mesmos. Este mesmo grupo que tinha muita qualidade individual, mas não conseguia “chegar” num por Equipes. Não disputamos a competição em 2005, mas o 2006 chegou e lá estávamos, firmes, fortes, e novamente esperançosos. Tínhamos cinco técnicos para as quatro vagas na equipe. Na época Paulo é quem estava jogando mais, mas Nilmar, Guido, Thiago e Bruno também estavam muito bem. Equipe formada com Paulo, Nilmar, Thiago e Bruno. Muitos entendiam que Guido tinha que jogar. Não é necessário exaltar a qualidade de Guido, mas vamos combinar que Paulo, Nilmar, Thiago e Bruno também são excepcionais. O que realmente diferenciava Guido era, e ainda é, a sua estrela, a sua mania de ser um vencedor. Com Guido ausente, a equipe estava formada e o final de semana se aproximava.
BOMBA! Paulo não poderia jogar no sábado pela manhã, assim estava fora da competição. Jamais esquecerei...era uma quarta-feira quando Paulo me ligou.
De imediato liguei para o Guido. Ele foi pego se surpresa. Guido relutou muito em jogar, dizia não estar preparado. A história se desenrolou até a quinta-feira pela manhã. Disse a Guido que se ele não jogasse, eu jogaria. Pobre dos meus colegas da equipe, Guido deve ter pensado. Mesmo “sem estar preparado” Guido encarou o desafio. Na quinta-feira, véspera da competição, praticamente todo grupo se reuniu no departamento. Hora dos últimos detalhes no que se refere a organização em si. Carregar mesas, quem chegaria mais cedo, este tipo de coisa. Mesas transportadas, nosso departamento praticamente vazio, e de uma hora para outra surge algo que não havia sido programado por ninguém. Simplesmente nos demos as mãos e resolvemos “nos unir”. Sinceramente, jamais esquecerei aquele momento. Só quem estava presente conseguirá dimensionar aquele momento. Outro que jamais esquecerá é o Rodrigo Bernardes, mas esta é outra história!
Começou a competição. Gol pra cá, gol pra lá, e começamos mal, muito mal. No intervalo do meio-dia estávamos praticamente eliminados. Nem tinha muita conta a fazer, era ganhar os três confrontos da tarde e torcer por resultados paralelos. Guido estava fora de si, nem parecia o bom e velho (muito velho) Guido. Não conseguia jogar e, quando estava bem acabava tomando um gol “bruxo”, tipo o que tomou de Gothe no último lance, alguém lembra? O sol apareceu logo após o meio-dia (isso eu posso inventar, ninguém vai lembrar mesmo!), e com ele chegou Paulo. E com Paulo veio a gritaria. E com a gritaria vieram os gols de Thiago e Nilmar. Naquele época Bruno já era um baita retranqueiro e sua missão era empatar. Então estava combinado. Bruno empatava, Nilmar e Thiago venciam. Guido? Ele continuava se arrastando, mas mesmo assim a equipe foi indo, foi vencendo e foi chegando. Última rodada e decidíamos com Grêmio e Afumepa a vaga para as semifinais. Grêmio e Afumepa se enfrentariam e nós jogaríamos contra a Delei do Nero. Tínhamos que vencer e mais, se tivesse vencedor no confronto Grêmio x Afumepa teríamos que vencer um jogo a mais, para superar nossos adversários no saldo de gols (no futmesa saldo de jogos vencidos...). Thiago e Bruno estavam vencendo e Guido perdia para Nero. Como Grêmio e Afumepa empatavam, estávamos nos classificando. ÔPA! Grêmio passa a frente da Afumepa. Precisávamos de mais uma vitória. Como Guido já perdia por 2 x 0, a esperança era Nilmar, que enfrentava ao José, de grande defesa. No final do jogo Nilmar fez um gol antológico, daqueles que só os milagreiros fazem. Estávamos nas finais, finalmente estávamos nas finais. Depois fomos eliminados na semifinal pela Riograndina que seria a equipe campeão, mas chegamos lá. Finalmente conseguimos chegar até as semifinais. É pouco? Quem acha que este feito é pouco é porque não conhece a qualidade das demais equipes do Estado, e também porque não conhece as nossas dificuldades de, até aquele momento, nunca ter conseguido chegar até as semifinais.
Fato 2 – O Amor é Lindo!
Era uma vez um gordinho muito simpático e muito bem casado, com uma mulher, vale dizer. ATENÇÃO: antes que continuem, qualquer semelhança é mera coincidência, NÃO SOU EU!. Este camarada jogava a regras gaúcha no Internacional e ainda dava suas reguadas na regra brasileira. Luis Carlos entrou no nosso grupo junto com seu “filho” Everson e logo que conheceu ao Guido, fez uma bela e colorida amizade com ele. Luis Carlos jogava com uma Seleção Brasileira, o que lhe rendeu o apelido de Parreira, técnico da seleção da época. Parreira não era dos mais técnicos, e apesar de já ter uma ótima mão, também não era dos mais competitivos (opinião do redator). Isso até começar seu relacionamento (?) com Guido. Dá para dizer que Guido adotou Parreira. Toda terça-feira tinha que passar na casa de Parreira pra pegar o gordinho. Só o gordinho andava no banco da frente do escort azul calcinha de Guido, ao lado do motorista. Alguns diziam que davam as mãos nas sinaleiras, mas isso nunca foi provado. Pura maldade. Quando um não poderia comparecer, o outro não aparecia. Pura coincidência. Com o tempo Parreira se tornou muito competitivo, sempre sendo candidato a chegar as finais das nossas competições. Parreira chegou a ganhar um time de presente de Guido, o que apenas aumentaram as suspeitas em relação a amizade deles. Pura inveja. Pena que não pode se dedicar como deveria. Sua Banda exige tempo e dedicação, mas mesmo assim Parreira continua sendo muito competitivo.
Fato 3 – O Milagre
Era uma vez um outro gordinho, bem menos gordinho que este anterior, mas também um pouco gordinho. Também muito bem casado e pai de 4 filhos, sendo dois deste último casamento. Falo do meu “irmão pequeno” Caco. Grande figura humana, grande marido, grande pai, grande dentista, grande professor, grande caráter, mas péssimo botonista. Caco é daqueles botonistas que devemos enfrentar quando passamos por um período de crise. Neste momento uma vitória geralmente nos reconduz ao rumo, nos dá uma nova motivação e nos prova que sempre existe alguém pior que a gente! Pois bem, chega de falar do Caco, ele é apenas parte da história, não é o protagonista dela. Voltamos ao Guido. Ninguém sabe ao certo o porque, mas é fato que Guido após anunciar sua aposentadoria, talvez por limite de idade, resolveu virar um torcedor especial de Caco, e um fã do Pimentel o camisa de 10 dos times de Caco. Guido sempre foi muito amigo de Paulo, sempre admirou a Nilmar, sempre disse que Everson teria um enorme futuro, sempre foi um protetor dos meninos, em especial de Mateusinho, sempre deu muita força para Fof, Maumau, Douglas, João e outros. Mas porque Guido escolheria torcer por Caco? Caco foi o escolhido de Guido. E não é que aquele péssimo botonista começou a crescer, a incomodar os mais fortes, começou a deixar de ser goleado e até começou a arrancar alguns empates. O tempo foi passando e, quanto mais crescia a torcida de Guido, mais Caco conseguia bons resultados. Seu carrasco das mesas passou a ser seu arqui-rival, já em igualdade de condições. E as vésperas de mais um clássico lá estava Guido dando apoio a Caco e tentando de todas as formas abalar emocionalmente seu adversário. Algumas vezes deram certo, outras não, afinal cada clássico tem a sua própria história. Aos poucos Caco foi chegando, de um 7º lugar pulou para um 5º, para logo depois conseguir entrar na zona de premiação. E por ali ele figurava. Ora 3º, ora 5º, para finalmente em janeiro deste ano chegar a seu primeiro título. A competição não valia absolutamente nada (é assim que fazemos para desvalorizar um título do principal adversário), mas isso pouco importa para Caco e sua torcida. Segundo Caco, será inesquecível, segundo sua torcida, foi apenas o primeiro de muitos que virão.
Fato 4 – Mais Uma Proeza
Este aconteceu nos dias 11 e 12 de março desde ano. Era uma vez uma equipe de muito distate. A distância que me refiro nem é do local da competição, me refiro da distância entre seus próprios técnicos mesmo. Um permanece fiel a sua Santa Vitória do Palmar, dividindo seu tempo entre a atividade profissional e sua família. Este vive o futebol de mesa só pela internet já que falta parceria para seus treinamentos. Outro vive mais em Pelotas e até joga com certa regularidade, e muito bem por sinal. O terceiro seria o Dartanha da turma, o cara que puxa a fila, joga muito acima da média e de vez em quando aparece em Caxias para bater uma bola. O quarto camarada, um senhor por sinal, nem no estado vive mais. Passa seus dias no “Brejal” em volto com sua amada Santinha, dividindo seu tempo com caixinhas de botões e lanchando. Dizem que apenas 15% do tempo se dedica as caixinhas. Os outros 85% são dedicados aos lanchinhos mesmo. Enfim, esta é a equipe que sagrou-se campeã estadual em 2011. Por mais que todos joguem, como poderiam conquistar tal feito?
Conclusão
Quem é o protagonista da história? Quem é o verdadeiro milagreiro? Nilmar que fez aquele gol antológico? Seria Parreira que conseguiu arrancar o melhor do Guido, inclusive um time? Ou seria Caco, o grande campeão do Torneio de Verão? O verdadeiro milagreiro é o Guido! Ele sim consegue coisas fantásticas, verdadeiramente impossíveis para os demais. Se alguém acha que chegamos as semifinais daquele estadual pelos gols do Nilmar, do Thiago ou do Bruno está enganado. Chegamos porque Guido estava na equipe. E só por isso. Ninguém jamais vai conseguir me convencer do contrário. Por que Luis Carlos “Parreira” cresceu tanto e hoje tem até o seu próprio carro? Porque andava pra cima e pra baixo no carro do Guido, e sempre sentado ao lado do motorista. Simples assim. Por que Caco chegou ao seu sonhado título? Porque Guido “o escolheu”, simples assim. Como poderia a equipe de Santa Vitória conquistar o título do estadual deste ano? Só tenho uma explicação, a presença DELE na equipe.
Guido fez história no futebol de mesa como botonista e hoje continua fazendo história, mas como milagreiro.
Considerações Finais
Poderia continuar a falar do Guido por muito e muito tempo. Dos inúmeros exemplos que nos deu de caráter, de conduta e de desportista na mesa. Guido sabe perder como poucos, mas Guido também sabe ganhar como ninguém. Poderia aqui contar a história do Guido na casa do Everson, tendo uma conversa com a mãe do então menino. Poderia aqui falar das inúmeros dicas que Guido deu ao Fof, ao Maumau e a tantos outros que começavam a jogar. Poderia aqui falar dos momentos em que Guido esteve rodeado por crianças (em especial o Lucas, meu filho), quando ele passava a ser uma delas. Poderia dar aqui um depoimento do que tive a oportunidade de constatar numa ida a Bagé para jogar um Estadual Especial. Do respeito, da admiração e até idolatria que alguns técnicos do estado têm por Guido. Confesso que por mais que eu já o admirasse, fiquei espantado ao ver as rodinhas que se formavam em torno dele. A cada refeição o pessoal queria sentar ao lado dele e ele, sempre preocupado em sentar ao nosso lado. Este é Guido, uma lenda viva do futebol de mesa, uma lenda viva de ser humano.
Guido, meu respeito e minha admiração pela pessoa que és. Não és perfeito, afinal és gremista e torcedor do Caco, mas é um exemplo de ser humano.
Guido, termino deixando o meu lado egoísta falar mais alto. Guido, por favor, torce por mim, esta é a única chance de eu ganhar alguma coisa!
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CM PROTAGONIZA MAIS UMA INVASÃO A CAXIAS
A equipe do Círculo Militar viajou na sexta-feira para Caxias, mas no sábado ganhou reforços.
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Logo cedo o Guaíbamóvel chegou com Leandrinho, Léo, Marcelo e Diogo. Já logo após o almoço chegaram Junior, Caco e João Gabriel no Cacomóvel. Então éramos cinco jogando, contando com o curinga Rodrigo e mais sete torcendo, totalizando 12 técnicos presentes a competição.
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Não ganhamos nas mesas, mas com certeza o título de melhor e maior torcida conquistamos. O GRUPO do Círculo Militar atravessa um momento ímpar, como diria o Paulo. O companheirismo e a união reinam e estes sentimentos com certeza serão refletidos na Copa Círculo Militar, a primeira competição oficial da temporada 2011. Todos no departamento nesta terça-feira!
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CM SOLIDÁRIO
O Círculo Militar confirmou que também dará apoio a iniciativa do Jeferson e que foi divulgada pelo o Gothegol. Com certeza os botonistas do estado, e do Brasil todo, darão uma grande demonstração de força para a recuperação do jazigo do saudoso Nilson.
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Como nosso calendário vai ficar muito apertado, a idéia é de não criar uma outra competição. A Copa Círculo Militar da modalidade de lisos terá o Troféu Tributo Nilson Levien Mews entregue ao campeão da competição. Já o valor arrecadado com as inscrições da competições será todo revertido para este propósito.
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E em reunião neste sábado em Caxias do Sul, o grupo do Círculo Militar resolveu criar outra ação solidária. O Lagoão foi cancelado em função da tragédia ocorrida na cidade de São Lourenço, mas não ficaremos apenas lamentando o fato.
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No MESMO FINAL DE SEMANA previsto para o Lagoão, o Círculo Militar em parceria com a FGFM, vai organizar uma competição com nome ainda a ser definida. Nossa estrutura permite organizar uma competição com até 64 técnicos, 32 jogando o cavado e 32 jogando nos lisos, sendo que a Franzen já colocou as suas mesas de lisos a nossa disposição.
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A inscrição terá o valor de R$ 10,00 + 5kg de alimentos não perecíveis. Vale informar que o valor arrecadado em dinheiro, será revertido na compra de mais alimentos. E caso alguém deseje fazer a doação de roupas ou brinquedos, também estaremos recebendo.
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Para que o pessoal do interior possa participar, a competição será jogada no sábado, dia 9 de abril e, se for necessário, as finais ficam para a manhã do domingo.
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Nos próximos dias vamos evoluir a idéia e divulgar maiores informações, mas desde já estamos contando com a participação e apoio de todos.
6 comentários:
Junior:
Obrigado pelo carinho dos comentários. Este fim de semana foi mágico para mim, realmente. A última vez que havia jogado uma partida de futebol de mesa foi no ano passado no Estadual por Equipes de cavados. De lá para cá só caixinhas e comendo, claro, pois precisamos disso para viver... Completar a equipe num Estadual e ainda por cima de liso foi um desafio impensável. Fui porque não havia alternativa - ou jogava ou Santa Vitória não participaria. Quando nos refiliamos - por iniciativa do Umberto - hasteamos novamente nossa bandeira, nossa filosofia: jogar fazendo amigos! Ganhar uma competição é apenas um detalhe. Claro que valorizamos - como não? - um título, seja qual for: num torneio amistoso ou numa competição oficial. Mas nós jogamos sabendo que do outro lado existem amigos - GRANDES AMIGOS - e esses são as nossas maiores conquistas. Jogamos para nos divertir - se ganhar, melhor! Cordialidade e lealdade na mesa são princípios dos quais jamais abriremos mão. Essa é a filosofia da entidade - de Santa Vitória. Ficariamos felizes se outra entidade - como Caxias que nos venceu - fosse a Campeã ou a Academia, enfim... Não importa quem ganha. Ganha o Estado que está abrindo uma nova modalidade e abrindo seu leque de conquistas que é imenso no cavado - agora, no liso. Mas voltando a mim que é o objeto de tua coluna quero dizer que sou imensamente grato por toda a acolhida que tive ao voltar a uma mesa numa competição oficial, mesmo que de forma precaríssima por não estar praticando.Desde os meus irmãos do Círculo até aqueles que ainda não conhecia como o pessoal da AABB. Mas a minha maior gratidão, sem dúvida, é para com meus companheiros Robson, Umberto e Vinícius que ganharam o Estadual sozinhos e me carregaram nas costas. Jamais pensei em ser agraciado com um título jogando novamente - até porque não estou jogando. Foste muito feliz na manchete pois eu também tenho a camiseta do CM por baixo - e ela estava lá comigo. Aí recebi todo o carinho que ainda hoje recebo. Então nada mais justo do que dividir, sim, a minha alegria com todos vocês. Obrigado, meu amigo "grandão"!
O Guidão merece isso e muito mais !!!!
E essa história de levar nas costas é conversa dele, imagina eu com um homem nas costas... tô fora !!!
Somos uma equipe, na vitória e na derrota, mas principalmente somos amigos e nos respeitamos a todo custo.
Abração pessoal, abração Guido, é muito bom tê-lo ao nosso lado !!!!
Grande Coluna JR, aproveito o ensejo para parabenizar o Robson e Vinicius(Garotos que acompanhei o inicio no futmesa), Humberto (que já dava os primeiros passos no futmesa em Pelotas com Liader e Leonardo nossos amigos comuns) e MESTRE Guido que dispensa comentarios, Parabens pela conquista, com certeza este retorno de Santa Vitória ao futmesa do RS, muito mais que o enriquecimento técnico conforme mostrado nesta competição, acrescentará em muito no bom convivio e amizade que já impera no futmesa Gaucho.
Um abraço
NILMAR
Parabéns a equipe de Santa Vitória pela conquista!!!
Para nós botonistas é muito bom ter novamente nas mesas a presença grande amigo o mestre Guido!!!
Queria também deixar um abraço pro meu amigo Robson que além de ser um excelente botonista é acima de tudo uma grande amigo!!!
Maurício Ferreira (Chambinho).
Junior, para mim o nome da competição do dia 9 já está definido: 1º RIACHÃO A FESTA DA SOLIDARIEDADE.
Junior,
Você não me conhece, mas o parabenizo pelo que escreveu sobre essa figura humana, sensacional, amigo distante,enfim, uma pessoa que entrou em minha vida de uma forma sui-generis. Foi através de um comentário em sua coluna Sargento Garcia, no qual enaltecia um amigo comum: Cláudio Schemes. Cada dia eu conheço um pouco mais dele, e você foi feliz em descrever o carisma que o envolve. Realmente eu acredito que ele consegue uma energia positiva e a espalha entre os membros de sua equipe. Foram merecedores, e diga-se de passagem, na minha modesta opinião, a equipe que possuia dois bi-campeões brasileiros da modalidade. Por isso e muito mais, o Guido é realmente uma lenda vida, e será eternizado por seus feitos grandiosos.
Eu ainda quero ter a alegria e a satisfação de poder abraçá-lo e dizer o quanto ele representa para mim, como botonista e como pessoa humana.
Parabéns pelo feliz texto que deve ser gravado para sempre em nossa história botonistica brasileira.
Adauto Celso Sambaquy
Balneário Camboriú (SC)
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