SEM EXPULSÕES E CONFUSÃO, GRÊMIO É CAMPEÃO

Ao contrário do visto no Olímpico, domingo passado, quando vimos um estádio lotado empurrar um time pouco criativo, sob o comando de um técnico nervoso e pouco ousado; Azambuja honrou as cores tricolor e sob os olhares de poucos espectadores,  empurrou o Grêmio para cima de seus adversários e sagrou-se campão da Copa Santos Dummont de Lisos.

Mas as coisas não começaram nada bem, para o tricolor de Azambuja. No seu primeiro jogo, frente a JR o Grêmio perdeu a oportunidade de sair com três pontos e ainda cedeu  oportunidades ao técnico do Santos, que mais brigava com seus comandados, que insistiam em não andar, do que com o time adversário. Para piorar a situação, o Vasco de Nilmar venceu, pelo placar mínimo, o Corinthians de Douglas e abriu 2 pontos de vantagem já na primeira rodada do quadrangular.

A segunda rodada trouxe uma chance para o tricolor ultrapassar o Vasco, uma vez que com ela viria o confronto direto entre as duas equipes. No primeiro tempo, ambas equipes passaram em branco, já na segunda etapa a partida pegou fogo. O começo da etapa complementar indicava que a abertura do placar era só questão de tempo, mas a favor do Vasco! Após abrir o lado esquerdo da zaga gremista, o Vasco pressionou durante 10 longos minutos. Neste espaço de tempo, Azambuja cavou, deu tapa, cobriu, cortou e fez de tudo para evitar o arremate Vascaíno, mas a sequencia de bolas colocadas com perfeição por Nilmar, acabaram conquistando a oportunidade de chute, uma bela oportunidade por sinal. A bola foi para fora e a roda começou a girar a favor de Azambuja. Explorando o lado esquerdo, mas desta vez da defesa de Nilmar, Azambuja encontrou o seu trunfo. Primeiro, após uma belíssima casinha, veio o primeiro arremate: para fora! O Grêmio continuou investindo pelo mesmo lado, em uma bola esticada, ao lado da grande área, para o arremate do ponteiro gremista, Nilmar jogou um botão para fora para sair jogando, mas Azambuja conseguiu uma aproximação perfeita do seu ponteiro, colocando o Vasco em cheque. Nilmar também tentou uma aproximação, mas seu botão não chegou. O Grêmio não desperdiçou e mandou a bola por cima do goleiro vascaíno. Passaram 3 minutos e em uma bola de corte, que não passou, Azambuja arrematou com um cavador, posicionado na sua grande área e marcou um golaço! restavam 5 min de jogo e pouca coisa restou para o Vasco fazer. Enquanto isso o Corinthians de Douglas vencia o Santos de JR, que seguiam se recusando a andar.

 

 

Veio a terceira rodada, e para que vocês entendam a emoção que ela trazia, vamos aos números do quadrangular. Azambuja liderava com 4 pontos e dependia apenas de si para ser campeão. Douglas e Nilmar tinham 3 pontos, mas em caso da vitória de ambos, o Vasco comemoraria o título pela campanha na primeira fase. A JR restava apenas a chance do vice- campeonato, caso vencesse Nilmar e Azambuja vencesse a Douglas, nesta derradeira rodada. Vamos aos fatos!

Antes da partida Douglas pede o Titãs de Bruno Schemes emprestado, uma vez que seus botões haviam sido contaminados pelos de JR na rodada anterior e haviam parado de andar. O Jogo de Azambuja x Douglas começa eletrizante. Em uma jogada pelo lado esquerdo da defesa tricolor, Douglas pede a gol com um cavador, repensa a jogada e decide chutar com um levantador que assinalava para um imenso risco de falta em 2 botões. Mas foi Duda, a camisa 10 dos Titãs que abriu o placar com um golaço na gaveta. Neste momento o título da matéria de hoje seria: Titãs Campeão, sob o comando de Douglas.

Porém o vestiário Santista parece estar no mesmo nível do vestiário do Beira-Rio. Os jogadores santistas já haviam prometido uma rebelião nas finais, caso o treinador fosse mantido. Ao contrário do feito pelo Inter, a direção do Santos manteve JR no cargo e as consequências foram drásticas. Os botões se recusavam a andar e Nilmar, que nada tinha a ver com a crise Santista, não perdoou. Antes do fim do primeiro tempo, o Vasco abriu o placar e começou a retirar o doce da boca de Douglas.

Veio o segundo tempo e já corria a notícia de que JR, no intervalo, havia posto o cargo a disposição. Enquanto isso o Grêmio seguia peleando e acreditando. Jogando de forma ofensiva e abdicando de voltar os botões para a zaga, Azambuja acelerava a partida. Mas foi na afobação de Douglas que surgiu o primeiro gol. Ao tentar cavar uma bola, aparentemente tranquila para os padrões de Douglas, o técnico "Corintiano-titânico" cedeu um 2 lances, caprichosamente colocado na meia lua da grande área e convertido pelo camisa 10 gremista. Porém Nilmar já fazia 2 a 0 em JR e se encaminhava para mais um título.

Já eram 22 min do segundo tempo, quando ao sofrer o terceiro gol, JR pediu a conta e parabenizou Nilmar. Faltando 3 min o titulo da matéria seria: O Mundo é Redondo e o CM é Vascaíno. Fazendo a alusão ao troco dado por Nilmar, uma vez que na primeira fase os botões vascaínos se recusaram a andar e JR aplicou o mesmos 3x0, agora sofridos nas mesmas condições. Mas faltavam 3 min, lembram? Azambuja continuava lutando, assim como o Grêmio sempre o fez. Ele explorava o lado esquerdo da defesa de Douglas e a situação começava a ficar periclitante, porém o técnico, que agora comandava o Titãs, anunciava que tudo estava sob controle. Douglas só percebeu que a situação estava desfavorável quando a bola foi posta dentro de sua área e Portaluppi pedia a gol, com sua imortal camisa 7. Quem viu Renato jogar sabe que esses eram os seus momento favoritos, era nessa hora que sua estrela brilhava, era na decisão que  ele escrevia seu nome na história e agora, jogando na forma de um botão, sob o comando de Azambuja, ele prosseguiu fazendo o que sempre fez: gols decisivos! No canto, alta e sem chances para o goleiro, Portaluppi fez mais um gol e viu a festa vascaína sessar. Douglas ainda tentou alguma coisa nos 2 min que restavam, mas já não havia tempo para mais nada.

Dois dias após a despedida do Olímpico, Azambuja presta sua homenagem ao tricolor gaúcho e faz o Grêmio mais uma vez campeão, com um gol de seu maior ídolo Renato Portaluppi. Quisera que a história das mesas tivesse sido escrita em um Monumental lotado e seria, com certeza, o momento de maior epopeia da história do Grêmio. Azambuja jogou com a alma de um Gremista, e no comando de seu Grêmio lutou, suou e acreditou no triunfo até o último momento. Parabéns Azambuja pela luta, pela galhardia, pela bela homenagem ao Grêmio e, é claro, pelo título da Copa Santos Dummont.

Nilmar ficou com o vice-campeonato, Douglas ficou em terceiro e JR em quarto. Assim mais uma temporada se encerra no CM e a temporada de verão se aproxima com seus torneios, que nos lisos devem servir de preparação para a Copa do Brasil em Caxias em Março. A festa de final de ano deve ser no domingo, dia 16. Se programe e venha festejar conosco!